quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Um caminho, uma Ordem, Coroinha do Santuário Nossa Senhora do Carmo......

Ontem, dia 7 de fevereiro, Rafael Rodrigues, coroinha, acólito não instituído e cerimoniário do Santuário Nossa Senhora do Carmo, depois de meses de preparação, entrou para a Ordem dos Freis Carmelitas para iniciar seu Postulado. Estamos todos muito felizes e em nossas orações rezamos para que, assim como o Rafael, também nossos corações permaneçam abertos ao chamado de Deus e que nossas vocações sejam colocadas a serviço, para levar a Boa Nova sempre e em todo o lugar.



Quer conhecer um pouco da Ordem dos Freis Carmelitas?

Há 800 anos nascia no Monte Carmelo, a Ordem do Carmo. Seu espírito está caracterizado por dois elementos: sua origem em Santo Elias, e sua dedicação a Maria. O Monte Carmelo é uma cadeia de montanhas, que tem 25 km de comprimento por 12 de largura, com uma altitude máxima de 546m, localizado na Terra Santa, hoje Israel. Limita pelo norte com Haifa, cidade marítima; pelo sul com as terras de Cesaréia; pelo leste com as planícies de Esdrelon e Saron; pelo oeste com o Mar Mediterrâneo. Carmelo significa graça e fertilidade. A Bíblia o pinta como uma torrente, a fonte de Elias, e uma vinha fertilíssima. “Tua cabeça sobre ti é tão linda quanto o Carmelo e teus cabelos como a púrpura” (Ct 7,5).

Pela Montanha bíblica do Carmelo passaram muitas raças e civilizações orientais e ocidentais. Por volta do ano 1192, surge no Monte Carmelo um grupo de eremitas latinos, oriundos da 3ª cruzada para conquistar a Terra Santa. Com o sucesso da reconquista desta Terra ocupada pelos muçulmanos desde o séc. VII, começaram as peregrinações ao país de Jesus. Como o Monte Carmelo era repleto de grutas, devido à constituição calcárea de sua rocha, ele passa a ser habitado por eremitas, que se constituíram nos primeiros carmelitas. Esses cristãos viviam na simplicidade, buscando a solidão e a oração, vivendo em obséquio de Jesus Cristo, isto é, no seu seguimento e a seu serviço. Com o passar do tempo, os primeiros carmelitas sentiram a necessidade de se organizar e de criar uma regra para sua convivência.

Elegeram um superior, e pediram ao patriarca de Jerusalém, Santo Alberto, que lhes escrevesse uma regra que estivesse de acordo com o seu propósito de vida. Isso ocorreu entre 1206-1214. A Regra Albertina pode ser dividida em duas partes: a organização externa do Carmelo e a vida interior dos carmelitas. Substancialmente a regra é eremítica. Os religiosos viverão em celas separadas, escavadas na rocha; haverá um lugar central para o oratório; nele se recitarão o Ofício Divino e a Missa Diária; nele também haverá lugar para o Capítulo conventual semanal. O porquê de sua vida é a contemplação, utilizando como meios principais a solidão, a mortificação e o trabalho manual. O guardião do eremitério é o Prior, eleito por maioria dentre os ermitões. Na obediência se concentram os votos religiosos; a pobreza é absoluta e o trabalho manual obrigatório. Junto a isto está a meditação contínua da Bíblia e o exercício das virtudes monásticas.

A princípio parecia que a Ordem não sairia da Palestina. Contudo mudanças políticas no país de Jesus obrigaram os carmelitas a emigrarem para a Europa. Os muçulmanos não desistiram da Terra Santa, e voltaram a perseguir os cristãos. Em 1238 se dá a transmigração dos carmelitas, que se estabelecem em Chipre, Sicília, França e Inglaterra. Em 1291, o mosteiro da Santa Montanha foi incendiado e martirizados os últimos carmelitas remanescentes.

Foi muito difícil para a Ordem do Carmo permanecer na Europa conservando a tradição eremítica. Era preciso fazer adaptações à Regra de Sto Alberto, conciliar a vida contemplativa com uma vida de ministério a serviço da Igreja. Foi através do trabalho incansável de São Simão Sotck, Superior Geral da Ordem, que os carmelitas conseguiram a aprovação das mudanças necessárias pelo Papa Inocêncio IV. Assim, nasceu no Carmelo um modo de”vida mista” : a vida ativa se exerce como fruto e conseqüência da contemplação que continua sendo fundamento e princípio da vocação carmelitana.

A ORDEM CARMELITANA HOJE

A partir do Concílio Vaticano II, os Carmelitas têm refletido profundamente sobre sua própria identidade, sobre seu carisma, sobre aquilo que está na base e constitui seu projeto de vida, a saber: “viver em obséquio de Jesus Cristo e servi-lo fielmente com o coração puro e reta consciência” (Regra). Vivem este obséquio a Cristo empenhando-se na busca do rosto do Deus vivo (dimensão contemplativa), na fraternidade e no serviço (diakonía) no meio do povo. Tudo isto, os carmelitas realizam a partir do exemplo de vida do Profeta Elias e da Virgem Maria, e guiados pelo Espírito Santo. Olhando para Elias e Maria, os Carmelitas se encontram em uma situação fácil para compreender, interiorizar, viver e anunciar a Verdade capaz de tornar o homem livre.

Os Carmelitas, conscientes de sua pertença a Igreja e a história, vivem em uma fraternidade aberta a Deus e ao homem, capazes de escutar e dar respostas autênticas de vida evangélica com base no seu carisma próprio e empenhando-se na construção do reino de Deus onde quer que estejam. Por isso, todo carmelita está comprometido com a evangelização a partir das casas de oração, nos centros de retiros espirituais, nas paróquias onde atuam, nos santuários marianos, nas escolas e colégios, nas associações religiosas. Também estão comprometidos com a Justiça e Paz naqueles ambientes onde a dignidade humana é ferida, entre os pobres e marginalizados e aqueles que mais sofrem. A este empenho dos Carmelitas, que é variado e vasto, se unem a estreita colaboração das 79 comunidades de Monjas, das 14 Congregações das irmãs de vida Apostólicas, toda a família de leigos, os Institutos Seculares, os numerosos grupos de Ordem Terceira e Confrarias do Santo Escapulário. Todos estes grupos surgidos pelo Espírito através dos séculos, inspirados na Regra do Carmelo, estão intimamente unidos pelo vínculo do amor, da espiritualidade e da comunhão de bens espirituais e portanto, constituem na Igreja a Família Carmelita.

Atualmente a Ordem Carmelita (ramo de religiosos) está formada por 19 Províncias, 3 Comissariados Gerais, 3 Delegações Gerais, 2 Comunidades de Eremitas e 1 Comunidade Afiliada, com um total de 2,100 religiosos aproximadamente. Trabalham nos seguintes países: Alemanha, Argentina, Austrália, Bolívia, Brasil, Burkina Faso, Camarão, Canadá, Colômbia, Congo, Espanha, Estados Unidos da América, Filipinas, França, Grã Bretanha, Holanda, El Salvador, Índia, Indonésia, Irlanda, Itália, Kenya, Malta, México, Moçambique, Peru, Polônia, Portugal, Porto Rico, Rep. Checa, Rep. Dominicana, Romênia, Timor Leste, Trinidad, Ucrânia, Venezuela, Zimbábue. Estão sendo fundadas comunidades masculinas na Eslováquia, Tanzania e Libéria.

A presença do Carmelo no Paraná remonta ao ano 1709, quando os carmelitas de São Paulo fizeram uma fundação em Tamanduá, hoje município de Balsa Nova, que durou até quase a metade do século XIX. Estiveram presentes também na Fazenda Capão Alto, município de Castro, entre 1751-1770. No século XX os carmelitas de São Paulo fizeram mais duas tentativas de estabelecimento em terras paranaenses: Paranaguá (1915-1919) e Curitiba, na Paróquia Nossa Senhora do Carmo do bairro Boqueirão (1954-1959).

Em 1951 o missionário carmelita alemão frei Ulrico Goevert chegou em Paranavaí. Ele estava trabalhando com os carmelitas de Pernambuco desde 1936. Na época a Paróquia São Sebastião de Paranavaí pertencia à diocese de Jacarezinho e tinha uma extensão territorial maior do que a atual diocese paranavaiense. Nos anos sucessivos chegaram outros padres carmelitas da Alemanha. Desenvolveram um intenso trabalho pastoral nas nascentes cidades do noroeste paranaense, entre os rios Ivaí-Paraná-Paranapanema.

Em 1952 iniciaram uma escola paroquial, que se tornou o Colégio Nossa Senhora do Carmo. Em 1954 inauguraram um jardim de infância, que mais tarde foi passado às irmãs vicentinas. Hoje é a Escola São Vicente de Paulo.

Frei Boaventura Einberger chegou no Brasil em 1953 com a missão de fundar o seminário de Graciosa. Os primeiros 7 seminaristas começaram a estudar ali já em 1956. Funcionou como seminário menor até 1993, quando o local passou a ser noviciado. Neste seminário estudaram os sacerdotes: Enedino Caetano Pereira, Wilmar Santin, Paulo Mendes, Josué Ghizoni, Gentil Lima, Antonio Babeto Spinelli, Aparecido Góis, Ivani Pinheiro Ribeiro, Reginaldo Manzotti e Irineu Miguel da Silva.

Como sempre acreditaram nas vocações nativas, os carmelitas do Paraná não pararam no Seminário Imaculada Conceição de Graciosa. Fundaram uma comunidade no bairro Fanny de Curitiba (1967) para abrigar os estudantes de Filosofia e Teologia. Entre os anos 1972 e 1980 foi também casa de noviciado. Em 1969 abriram o Seminário São João da Cruz em Paranavaí para os seminaristas do ensino médio (colegial). Diante da necessidade de se criar uma própria casa para postulantes, abriram uma comunidade na Vila Acordes, Paróquia São Pedro de Curitiba. Posteriormente esta comunidade foi transferida para o Bairro Novo com o nome de Casa de Postulantado Beato Tito Brandsma. Também no Bairro Novo foi aberta a casa de Teologia Nossa Senhora do Carmo.

Dentro de um programa de expansão de atividades pastorais, no início de 1967 os padres carmelitas de Paranavaí aceitaram a Paróquia São José de Cidade Gaúcha e no ano seguinte, a Paróquia Nossa Senhora do Rocio de Tapira. Na época pertenciam à diocese de Campo Mourão, mas com a criação da diocese de Umuarama passaram a pertencer a esta última. Lá trabalharam até 1993. Para dar uma resposta concreta ao problema de mendigos e dependentes químicos, em 1995 iniciaram a Casa do Servo Sofredor na Vila Fanny, que depois se estendeu também para outros locais de Curitiba e persistem até hoje.

Em dezembro de 1967 deram início à Paróquia Nossa Senhora da Conceição do bairro Fanny em Curitiba. A pedra fundamental da matriz havia sido colocada (1954) pelos padres carmelitas de São Paulo, visto que a Vila Fanny, na época, pertencia à Paróquia Nossa Senhora do Carmo do Boqueirão. Em 1984 os carmelitas do Paraná tomaram a iniciativa de irem ao Estado do Mato Grosso do Sul, assumindo a Paróquia Bom Jesus de Dourados (a qual deixou de pertencer ao Comissariado em 2008).

Retomando suas origens missionárias, o Comissariado Carmelita do Paraná em 1993 tomou a decisão de abrir uma frente missionária na região amazônica. Por isso em 1994 aceitou a Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Rolim de Moura, RO, diocese de Ji-Paraná. Em março de 2009, assumiram a Paróquia São Lázaro em Manaus, entregue dois anos depois.

Ainda no ano de 2009 foi assumida a Paróquia São Domingos Gusmão em Navegantes Santa Catarina e em 2011 a Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem em Florianópolia, Santa Catarina.

Fonte: http://www.freiscarmelitas.com.br. Acesso em 08 de fevereiro de 2012.


Maria Cristina Ferreira

Um comentário:

  1. muito em breve,vou para o postulantado...mas,primeiro tenho fazer uma semana de convivência com os freis do carmelo...
    agradeço a virgem santíssima do Carmo por ter me aceito...estarei junto a ela...Sou coordenador dos coroinhas na capela cristo rei,vila margarida - bairro águas belas (em são josé dos pinhas...somente até esse ano)...

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