terça-feira, 26 de janeiro de 2016

NOVO ENDEREÇO

     O blog GRUPO DE COROINHAS MENINOS - SANTUÁRIO N. Sª.  DO CARMO está desativado.
   Novas e antigas postagens serão periodicamente remetidas ao novo endereço:





CONFIRA! ;)

sexta-feira, 5 de abril de 2013

CRISTO PANTOCRATOR



Os Símbolos Litúrgicos


Em todas as civilizações e culturas e em todos os momentos da História, sabemos que a percepção humana é dependente de imagens e símbolos. O Homem percebe as coisas pela linguagem própria, viva e silenciosa das coisas e se situa - ele próprio - no mundo do mistério.

Nas realidades espirituais, não é diferente, nós buscamos a comunhão no mistério, que se dá sobretudo na linguagem silenciosa dos símbolos. De fato, os símbolos nos mostram, em sua visibilidade, uma realidade que os transcende, invisível. Falam sempre a linguagem do mistério, apontando para além deles próprios.

A própria Liturgia é descrita como uma ação simbólica, no seu sentido mais pleno. E isso se revela na beleza de todo o ato celebrativo que emana da alegria pascal.

Com isso percebemos o quanto é importante a linguagem misteriosa dos símbolos na Liturgia. E um símbolo por si só fala, não é preciso dar explicações. Até porque o mistério não é para ser compreendido e sim, vivido.

Vejamos então o significado de um grande símbolo religioso presente em nosso Santuário, que é o Pantocrator   "Cristo Luz do Mundo"



A palavra Pantocrator é de origem grega e significa "Todo-Poderoso" ou "Onipotente", mas a melhor tradução seria "Oniregente" ou "Aquele que rege todas as potências terrestres e celestes".
Existem cânones pictóricos, ou seja, regras para a pintura do painel.

O Pantocrator quando é representado de corpo inteiro e neste caso está sentado no trono e rodeado pelas hierarquias celestes que sublinham sua majestade divina. No nosso caso, temos a representação da Virgem Maria, Nossa Senhora do Carmo (percebam que Ela segura o escapulário), e Santo Elias, profeta - por ser o precursor da Ordem do Carmelo. Ainda estão representados ao lado de Cristo os Evangelistas.





O Pantocrator caracteriza-se pela auréola crucífera;










Neste ícone, a cor vermelha da roupa
representa que Ele é todo Deus, e o
manto azul que Ele é todo Homem e
assim nos assumiu por inteiro;

A faixa dourada, é quase uma estola,
o Sacerdote da Nova Aliança
pela mão direita que abençoa «à maneira grega»; e pela esquerda que segura um livro aberto ou fechado, ou mesmo um rolo. Quando o livro está aberto, o versículo evangélico que nele aparece é, as mais das vezes: «Eu sou a luz do mundo». Mas podem também aparecer outros versículos previstos nos manuais de pintura.


A estatura do corpo é a tradicional, já fixada no séc. VI, no tempo de Justiniano.

O rosto, para a tradição oriental, é o do Mandilion, considerado impresso pelo próprio Cristo na toalha enquanto ainda vivia (Santo Sudário).


Os traços podem ser resumidos assim: rosto alongado, sobrancelhas arqueadas, olhos grandes e abertos voltados para o espectador, nariz longo e delicado, a barba bastante longa terminando em ponta arredondada, bigode caído, cabelos ondulados que formam como uma cúpula sobre o alto da cabeça e são depois recolhidos à altura das orelhas e descem sobre os ombros (essa cabeleira é chamada, segundo Capizzi, «tipo capacete»). No alto da fronte - larga e alta - destacam-se muitas vezes, da cabeleira, dois, três ou mais cachos.


A forma circular do rosto lembra que Cristo é o
 Logus, ou seja, o Verbo Divino.
As roupas que cobrem o corpo de Cristo são constituídas de quatro peças, sendo três as mesmas usadas na Palestina no tempo de Cristo: a túnica vestida diretamente sobre o corpo, o manto, as sandálias, presas ao tornozelo por tiras de couro e a faixa que representa Cristo Sumo e Eterno Sacerdote.

O corpo de Cristo se destaca pela cor dourada de sua roupa, chamado na iconografia grega "céu" e no fundo em azul na forma de círculo para indicar que Cristo está na glória do Céu.


O círculo é símbolo do Universo, do todo, do infinito. Junto ao círculo está entrelaçado o quadrado, que simboliza o princípio material do Universo, é o símbolo da Terra.

O ícone transmite, assim, o dogma cristológico das duas naturezas humana e divina - unidas na única Pessoa do Verbo: Filho de Deus e Deus ele próprio, consubstancial ao Pai.

A auréola, chamada "coroa" e também "glória", desenhada com traço fino sobre o mesmo fundo dourado, é sinal da santidade de Jesus. Em todas as imagens de Cristo, na auréola estão desenhados três braços de uma cruz; esta, que se tornou comum no decurso do séc. VI desde o tempo de Justiniano, é uma clara alusão à dimensão salvífica do Senhor. Sobre o ícone estão presentes inscrições, cuja finalidade é chamar a atenção para a identidade divina e ao mesmo tempo humana do personagem representado.

O sagrado trigrama do nome de Deus revelado a Moisés no Sinai: Ο ΩΝ, "Eu sou o Existente" -  Ex 3, 14 - e inserido nos três braços visíveis da cruz introduzida na auréola.  Essas inscrições são sempre em grego.


A mão que abençoa

Na Igreja Oriental, sobretudo na bizantina, a bênção em grego ('euloghia') é reservada ao bispo ou ao sacerdote que a pronuncia para abençoar uma ou mais pessoas, ou um objeto, fazendo um sinal da cruz e pronunciando ao mesmo tempo uma breve fórmula de bênção. A fórmula de bênção mais simples reza assim: «Bendito o nosso Deus, em todo tempo, agora e sempre, e nos séculos dos séculos. Amém.»

Uma das mais solenes é a que o sacerdote dá no fim da liturgia eucarística: «A bênção e a misericórdia do Senhor desçam sobre vós com a sua graça e a sua benignidade em todo tempo, agora e sempre, e nos séculos dos séculos. Amém.»

Como se vê por esta e por outras fórmulas semelhantes, a fórmula não é indicativa: ou seja, o sacerdote não dá a bênção em nome próprio, mas transmite a bênção dada pelo próprio Cristo. Isto fica evidente no ícone de Cristo com a mão direita que abençoa.

A bênção é chamada «à maneira grega», na qual os dedos aparecem em posições bem precisas com significado simbólico, sobre o qual se detêm os manuais de pintura. O de Dionísio de Furná assim descreve a posição dos dedos da mão direita que abençoa e o sentido simbólico:

OS DEDOS LONGOS ACIMA LEMBRAM
QUE JESUS É HUMANO E DIVINO

OS OUTROS DEDOS JUNTOS LEMBRAM
A SANTÍSSIMA TRIANDADE, JUNTA.

OS DOIS DEDOS LONGOS TAMBÉM
 FAZEM REFERÊNCIA A PARTICIPAÇÃO
 DE  CRISTO COMO SEGUNDA PESSOA
DA TRINDADE.

«Quando fazes uma mão que abençoa, não unas os três dedos juntos, mas une o polegar com o anular apenas; o dedo chamado indicador e o médio formam o nome IC: com efeito, o indicador forma o I; o dedo médio curvado forma o C; o polegar e o anular que se unem obliquamente e o mínimo que está ao lado, formam o nome XC; de fato a obliqüidade do mínimo, estando ao lado do anular, forma a letra X; o mesmo mínimo, que tem forma curva, indica justamente por isso o C; por meio dos dedos, portanto, se forma o nome XC e por esse motivo, pela divina providência do Criador de todas as coisas, os dedos da mão humana foram modelados assim e não foram demais ou de menos, mas em quantidade suficiente para formar este nome.»

O clero bizantino abençoa ainda segundo o modo acima descrito

 

 

 

 

Nesta imagem, do Monastério de Santa Catarina, perceba que um dos olhos nos transmitem ternura e no outro a ira de Deus, próprio da Idade Média, mas em geral o olhar de Cristo é exigente, porque pede de nós postura, e com esse olhar Ele nos pergunta: afinal quem você é diante de Mim? Me diga, para depois descobrir que eu sou! 

 

 

 


Nada é por acaso, tudo tem é simbólico!

 

Se olharmos os ícones acima, percebemos que o pescoço está muito a amostra, não há golas nem mantos que cubram o pescoço!


Isso é um sinal  muito antigo: na antiguidade acreditava-se que o Espiríto Santo morava na garganta. Que o Espiríto Santo é o "ar de Deus que na nossa laringe nos ajuda a ter folêgo e articula em nós palavras de vida".

Por isso Jesus tem o pescoço muito a amostra, para dizer: "Aqui dentro eu carrego o Espírito Santo, eu respiro o respiro de Deus, meu folêgo é um folêgo divino".

Significado do Pantocrator segundo Dom Roberval Monteiro

O Painel "Cristo Luz do Mundo", do Santuário Nossa Senhora do Carmo é de autoria de Dom Roberval  Monteiro, religioso de Ponta Grossa - PR, que no ano 2000 venho especialmente para entregar o painel no dia da festa da padroeira.

Dom Roberval pratica a arte de pintar desde que entrou no mosteiro, em 1984, e é considerado um pintor especialista em arte bizantina.


"o sacerdote é um homem que comunica Deus para as pessoas e a pintura também faz isso de maneira mais durável, mais profunda que palavras ou ações, porque as minhas palavras ou ações vão passar, mas a pintura vao permanecer e vai sobreviver há muitas gerações"
Junto de Cristo, temos representados os elementos vitais - terra, ar, água e fogo - simbolizados por quatro animais que são uma representação extremamente antiga herdada do período antes de Cristo.

Os quatro animais simbolizam as quatro dimensões do ser humano:


" nós estamos acostumados com o ser humano em duas dimensões: corpo e alma."


Dom Roberval explicou que o homem é touro enquanto vive uma vida vegetativa: trabalha, bebe, dorme e produz. É a força, a vida. O leão representa a vida afetiva, é o homem capaz de sentimentos, de emoções, de paixões, de amor, mas tembém de coragem, de luta, de combate: o leão é nobre de espírito, de caráter, e a lealdade a diferencia do touro. O terceiro animal é a águia, que representa a vida intelictiva, a busca pela razão das coisas, o animal das alturas, que voa alto, que se questiona e nunca se cansa, mas também justamente por isso, vê longe, vê profundamente as coisas: a águia tem olhos agudos e precisos. E, finalmente, o quarto animal, o anjo, que representa o homem na sua relação com a divindade e que sente saudades do céu, saudades de Deus, independente da religião. Então o touro fornece as energias e a base; o leão ama e tem ímpeto; a águia busca as razões; e o anjo realiza a comunhão com Deus.

Para Dom Roberval, a pintura tem a função de ser um mapa de nosso interiror:

"É a tentativa de retomar esse tipo de pintura, mesmo com traços modernos, com técnicas modernas e tudo mais, é justamente de fornecer um mapa do nosso mundo inteiror, porque ainda que a gente não entenda e não use o mapa de uma cidade , só o gosto de saber que existe dá uma sensação de que, pelo menos me perder eu não vou. Esse é o mapa do nosso ser."




Pax Vobis!
(A paz esteja convosco!)






terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Você Sabia? - A Igreja tinha uma lista de livros que não podiam ser lidos pelos fiéis, é verdade?


É verdade que a Igreja católica tinha uma lista de livros que não podem ser lidos pelos fiéis?

     Tinha. O Index (Index Librorum Prohibitorum - Índice de livros probidos), como era chamada a lista, foi abolido em 1962 pelo papa João XXIII, no Concílio Vaticano Segundo. Desde o início do cristianismo, a Igreja, de alguma forma, tentava censurar o que não devia ser lido pelos fiéis. No Livro dos Apóstolos, na Bíblia, há frases recomendando a queima dos manuscritos supersticiosos. Os papas também se encarregaram de desaconselhar escritos tidos como nocivos. No século XVI, o pontífice Pio V instituiu a Sagrada Congregação do Índice (Index), que elaborou uma lista organizada das obras proibidas. A partir de então, ela passou a ser atualizada periodicamente. Foram publicados, no total, 42 índices.
Do século XIV ao século XX, os livros só podiam ser impressos depois de passarem por um censor indicado por um bispo, que lia a obra e julgava se ela tinha algo que impedisse a publicação. "Não podemos julgar a cultura de outras épocas com os critérios da nossa, mas não há como justificar o fato de o Index ter sido mantido por tanto tempo", diz o antropólogo Benedito Miguel Gil, da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, da USP.
Eram vetadas as publicações que propusessem qualquer tipo de heresia, superstição ou magia, que defendessem questões polêmicas como duelos e obscenidades, ou que tratassem de assuntos religiosos sem respeito. O prólogo do Index publicado em 1930 dizia que "os livros irreligiosos e imorais estão, às vezes, redigidos em estilo atraente e tratam com freqüência de assuntos que afagam as paixões carnais e lisonjeiam o orgulho do espírito". Faziam parte da lista clássicos literários e científicos da cultura ocidental como O Espírito das Leis e Cartas Persas, de Montesquieu, Notre-Dame de Paris, de Victor Hugo, e A Origem das Espécies, de Charles Darwin.

 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Você Sabia? - Porque os padre não podem casar


Por que os padres não podem se casar?

   A princípio, padres não se casavam por opção, para dedicar 100% do tempo e das energias à oração e à pregação - da mesma forma que Jesus Cristo. Em 1139, ao final do Concílio de Latrão, contudo, o matrimônio foi proibido oficialmente a membros da Igreja. Embora a decisão tenha se apoiado em passagens bíblicas - como "É bom para o homem abster-se da mulher" (presente na primeira carta aos Coríntios) -, uma das razões mais fortes para a transformação do celibato (como é conhecida a proibição do casamento) em regra foi o que, já naquela época, ditava as regras da humanidade. Fé? Nada disso. Grana! Na Idade Média (do século 5 ao 15), a Igreja Católica alcançou o auge do seu poder, acumulando muitas riquezas, principalmente em terras. Para não correr o risco de perder bens para os herdeiros dos membros do clero, o melhor mesmo era impedir que esses herdeiros existissem. Isso não fez muita diferença para os monges, que, por opção, já viviam isolados em mosteiros, mas em algumas paróquias a proibição gerou discórdia. A maior delas ocorreu no começo do século 16 e foi uma das razões pelas quais o cristianismo passou pelo seu maior racha: Martinho Lutero rompeu com o papa e criou a Igreja Luterana, que permitia o casamento dos seus pastores - e permite até hoje (veja o quadro abaixo). Depois da Reforma Protestante, a Igreja Católica reafirmou o celibato, definindo no Concílio de Trento, em 1563, que quem o rompesse seria expulso do clero. A regra se manteve até 1965, quando o papa Paulo VI permitiu que padres se casassem e continuassem freqüentando a Igreja (sem a função de padres, claro). Para conseguir essa liberação, o padre noivo precisa enviar um pedido ao Vaticano e esperar a autorização, que pode demorar até dez anos. "João Paulo II tornou o processo mais demorado, mas Bento XVI está limpando a mesa", diz o teólogo Afonso Soares, professor da PUC-SP. Além de promover a tal limpeza, o novo papa surpreendeu, em agosto do ano passado, ao aceitar que o ex-pastor anglicano David Gliwitzki, casado e pai de duas filhas, e tornasse padre.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Você Sabia? - Por que o nome de alguns santos começa com "são"

 Por que o nome de alguns santos começa com "são"? 

      Por uma questão de sonoridade na pronúncia. Os portugueses foram os responsáveis por criar essa abreviação de "santo", e a invenção acabou sendo exportada para cá quando o catolicismo chegou em nossas terras, no século 16, trazido pelos jesuítas. "O português de Portugal tem a tendência de pronunciar as palavras juntas, o que depois acaba se refletindo na grafia", explica o padre Valeriano dos Santos Costa, diretor de Faculdade de Teologia da PUC-SP. O uso segue uma regra: nomes que começam com consoante recebem "são" (são Paulo, são Pedro) e nomes iniciados com vogal ficam com "santo" (santo Agostinho, santo Antônio). A contração é oficial e reconhecida pela Igreja Católica. Gramaticalmente falando, a regra evita a cacofonia - ou você acha que ficaria bonito sair por aí falando "santo João" ou "são André"?
• Não se sabe por quê, mas o único nome que nunca mudou oficialmente foi o de santo Tomás de Aquino
 
Fontes Jung Mo Sung, teólogo e doutor em ciências da religião, e Matthias Grenzer, coordenador do mestrado em Teologia da PUC-SP