quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Série: Documentos Ecumênicos ( I )

(I)
O CERIMONIAL DOS BISPOS
 CERIMONIAL DA IGREJA
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1. História do documento Cerimonial dos Bispos
( Acompanhe em negrito os nomes que foi dado à este documento ao longo dos anos e séculos )
 
     O Cerimonial dos Bispos, foi editado primeiramente pelo Sumo Pontífice Clemente VIII, no ano de 1600. Esta edição, porém, mais não era do que recensão corrigida, dentro do espírito da restauração tridentina, de outra obra em uso desde tempos antigos. Efetivamente, o Cerimonial dos Bispos tem a sua origem nos "Ordines Romani" (Ordinário Romano), os quais, desde os fins do século sétimo, transmitiram as normas das ações litúrgicas dos Romanos Pontífices. Entre estes Ordines, destaca-se o que no Museum Italicum de Jean Mabillon, tem o número treze e foi editado por determinação de São Gregório X (1271-1276) cerca do ano de 1273, no Segundo Concílio de Leão (1274), mas não com o título de "Caeremoniale Episcoporum" (Cerimonial dos Bispos). Nele se descreviam as cerimônias da eleição e ordenação do Papa, e se davam indicações para a Missa papal e celebrações no decurso do ano.
     Passados uns quarenta anos, o Ordo Romanus XIV, com­posto entre os anos 1314 e 1320 sob o nome do Cardeal Giacomo Caietano Stefaneschi e publicado por volta do ano 1341, descrevia as cerimônias sagradas da eleição e coroação do Sumo Pontífice, bem como as que se realizavam mormente por ocasião dum Concí­lio Geral, duma Canonização e da coroação dos Imperadores e dos Reis.
    Sob os pontificados de Bento XII (1334-1342) e Clemente VI (1342-1352), fez-se nova edição, muito ampliada deste mesmo livro, acrescentada ainda um suplemento, no pontificado do Beato Urbano V (1362-1370), sobre a morte do Sumo Pontífice e a condição dos Cardeais.
     O Ordo que na numeração de Jean Mabillon traz o n. XV, ou seja, Liber de Caerimoniis Ecclesiae Romanae (Um livro sobre as cerimônias da Igreja Romana), redigido pelo Patriarca Pierre d’Ameil nos fins do século XIV sob o pontificado de Urbano VI (1378-1389), com posteriores aditamentos de Pierre Assalbit, Bispo de Oloron, sob o pontificado de Martinho V (1417–1431), e ainda acrescentado com livros manuscritos de Avignon e intitulado Liber Caerimoniarum Sacrae Romanae Ecclesiae (O Livro dos Sagrados cerimônias da igreja romana) era usado na Corte papal, até que, por ordem de Inocêncio VIII (1484–1492), Agostino Patrizi, Bispo de Pienza e de Montaleino, viria a terminar um novo Cerimonial em 1488. Este livro, de estilo dife­rente, foi editado em Veneza por Cristòforo Marcello, Arcebispo de Corfee, em 1516, com o título de: Rituum ecclesiasticarum sive sacrarum Caerimoniarum sanctae Romanae Ecclesiae libri três non ante impressi (Ritos da Igreja ou os ritos e cerimônias da Igreja Romana não está na frente dos livros impressos dos três). Manteve-se em uso até aos nossos dias nas cerimô­nias do Romano Pontífice.
     Do Cerimonial da época anterior, Paris de Grassi, cerimoniário-mor do Papa Júlio II (1503-1513), não só coligiu um Ceri­monial Romano da liturgia papal, como ainda compôs outra obra a que posteriormente, em 1564, seria dado o título: De Caeremoniis Cardinalium et Episcoporum in eorum dioecesibus libri duo (De Caeremoniis Cardinalium et Episcoporum in eorum dioecesibus libri duo), obra esta que harmonizava uma liturgia episcopal, neste caso, a de Bolonha, com a liturgia papal.
    A 15 de Dezembro de 1582, Gregório XIII (1572-1585) insti­tuiu uma comissão, antecessora da Congregação para os sagrados Ritos e Cerimônias, a qual, tendo como presidente o Cardeal Gabriel Paleotti, corrigiria o já referido Liber Caeremoniarum pro Cardinalibus et Episcopis (O Livro de Cerimônias de Cardeais e Bispos) de Paris. Esta remodelação fora sugerida ao Papa Gregório XIII por São Carlos Borromeo, ao tempo residente em Roma, e por ele encorajada. Com a morte do Santo, porém, ocorrida em 1584, a comissão cessou os seus trabalhos.
     Sisto V (1585-1590), a 22 de Janeiro de 1588, não só instituiu a Congregação para os sagrados Ritos e Cerimônias, com o fim de rever os livros litúrgicos, mas já em 19 de Março de 1586 ordenara lhe trouxessem muitos códices da Biblioteca Vaticana, para ele próprio elaborar uma nova regulamentação dos ritos sagrados. Ignora-se qual fosse o resultado.
     Finalmente, a 14 de Julho de 1600, Clemente VIII (1592–1605), ao editar o Cerimonial dos Bispos, levou a bom termo o trabalho da restauração deste livro, servindo-se, não somente dos escritos de Augustinie de Paris, mas também, ao que parece, de vários outros hoje desconhecidos.
     Trabalhavam nessa altura na Sagrada Congregação dos Ritos dos Cardeais César Baronio, São Roberto Belarmino e Sílvio Antoniano, varões ilustres pela santi­dade e pela ciência. Eis por que, na Bula introdutória, nunca se fala dum novo livro, mas sempre de revisão do Cerimonial dos Bispos, livro de todos conhecido.
     Com data de 30 de Julho de 1650, Inocêncio X (1644-1655) mandou publicar uma nova edição revista e emendada, a qual, passado quase um século, Bento XIII (1724-1730), movido pelo seu interesse para com os ritos sagrados, reeditou, a 07 de Março de 1727, depois de corrigidos alguns pontos obscuros e ambíguos ou discordantes entre si. Por fim, quinze anos mais tarde, a 25 de Março de 1742, Bento XIV (1740-1758), em tempos Oficial da Sagrada Congregação dos Ritos, fez nova edição do Cerimonial, acrescentando o livro III, sobre assuntos referentes ao Estado Romano Eclesiástico, e no qual se teciam igualmente louvores ao método da escola litúrgica, que na altura funcionava no Colégio Gregoriano de Roma, da Companhia de Jesus.
     Recentemente, Leão XIII (1878-1903), em 1886, mandou publicar nova edição típica do Cerimonial dos Bispos, conser­vando integralmente o livro III, apesar de já não ter importância alguma, dada a supressão do Estado Eclesiástico, ou a sua redução à Cidade do Vaticano.
     Por fim, o Concílio Ecumênico Vaticano II mandou reformar todos os ritos e livros sagrados, tornando-se por isso necessário refundir integralmente e editar em novos moldes o Cerimonial dos Bispos.

2. Valor  deste documento
     Os Sumos Pontífices, ao promulgar as edições do Cerimonial dos Bispos, declararam que este livro teria de ser perpetuamente seguido por todos; não quiseram, porém, abolir ou abrogar os antigos cerimoniais que estivessem conforme com o espírito do referido Cerimonial.
      O presente livro, adaptado às normas do Concílio Vaticano II, vem substituir o anterior Cerimonial, o qual daqui por diante se deve considerar totalmente revogado. A forma como foi redigido permite conservar, onde convier, os costumes e tradições locais, que cada Igreja particular possui como tesouro próprio, a transmi­tir às gerações futuras, desde que adaptados à liturgia reformada pelo decreto do Concílio Vaticano II.
     A maior parte das leis litúrgicas que o novo Cerimonial con­tém conserva o caráter obrigatório que lhes advém dos livros litúrgicos já editados. O que, no novo Cerimonial, aparecer modi­ficado será executado como nele se indica.
      As restantes normas são inseridas neste Cerimonial com o fim de se obter uma liturgia episcopal simples e ao mesmo tempo nobre, plena de eficácia pastoral, de modo a poder apresentar-se como modelo de todas as demais celebrações.
    Para que este objetivo pastoral mais facilmente se possa alcançar, este livro foi redigido no intuito de o Bispo e os outros ministros, e principalmente os mestres de cerimônias, nele encon­trarem as indicações necessárias para que as celebrações litúrgicas presididas pelo Bispo não sejam mero aparato cerimonial, mas, de acordo com a mente do Concílio Vaticano II, constituam a princi­pal manifestação da Igreja particular.
 Fonte base: http://paroquiadapiedade.com.br



 
Luan de Souza Pires
Cerimoniário do Sant. Nsa. Sra. do Carmo
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