''In Coram Episcopo''
1. Introdução
O Bispo é não apenas o pastor da diocese, mas também seu
Sumo-sacerdote. A ele compete celebrar a Eucaristia, ou concelebrá-la
com seu presbitério, nas grandes solenidades da Igreja Particular: Missa
Crismal, Solenidades Pascais, Aniversário da Diocese e da Dedicação da
Catedral, Ordenações, Profissão Perpétua dos Votos religiosos, entre
outros.
Nalguns casos,
porém, não convém que seja o bispo a celebrar, mas algum presbítero.
Entre esses casos, podemos citar o aniversário de ordenação presbiteral
ou a missa exequial de algum familiar do padre.
O
que justifica esse uso são duas características do Rito Romao. Na forma
extraordinária , as ocasiões de concelebração são extremamente
reduzidas, o que não engloba os casos citados; na forma ordinária, a
concelebração seria possível, entretanto, se o bispo celebra ele é
necessariamente o celebrante principal, o que poria o referido sacerdote
em segundo plano.
Num ou
noutro caso, para que se dê a devida atenção ao Bispo, mantendo um
presbítero como celebrante, usa-se as rubricas que regulam a celebração
da missa com assistência pontifical
2. Forma Extraordinária
2.1. Assistindo a Missa
Nesse
tipo de Missa, o Bispo assiste a celebração em vestes corais. Mesmo
que a celebração se faça na catedral, não se senta na cátedra, mas de
outro lugar, ao lado da epístola. Não lhe assistem diáconos ou quaisquer
outros ministros. Durante toda a celebração, o bispo não exerce
qualquer função litúrgica. Não abençoa o incenso, a água, não diz o
Confietor.
O Rito da Missa, entretanto sofre algumas pequenas modificações. Ao início da celebração, o celebrante e os ministros após fazerem reverência ao altar, voltam-se para o Bispo fazem reverência ao ele. Durante o Confietor o celebrante volta-se ao bispo e diz "tibi Pater" e "te Pater" voltado para o Bispo, os acólitos curvam-se apenas ao celebrante.
No ofertório, se usa-se incenso, o Celebrate é incensado primeiro com 2 ductos e depois o Bispo com 3 ductos. Durante o Cânon, o Bispo senta-se ao centro do presbitério bem diante do celebrante.
No momento do Beijo dá paz, o diácono dá a paz primeiro ao bispo imediatamente antes de dá-la ao subdiácono.
Na bênção final, o celebrante inclina-se ao Bispo e dá a bênção para o lado em que ele não está. Na saída, faz-se reverência primeiro ao Bispo e depois ao altar. Existe ainda a possibilidade de o Bispo abençoar, para tal não usa mitra ou báculo, apenas a palmatória.
2.2. Presidindo a Missa
Na
Missa alta, a assistência do Bispo é mais complexa, uma vez que a ele
se reversam alguns ritos da Missa. A começar, o Bispo veste-se como que
para as vésperas solenes, com estola e pluvial, além das insígnias
pontificais. Na procissão de entrada, ocupa o lugar após o celebrante.
Podemos ver o subdiácono, o diácono, presbítero celebrante e, atrás destes, os diáconos assistentes e o Bispo.
Se
a celebração for na catedral, senta-se na cátedra. Se não arma-se para
ele um trono do lado direito do presbitério com três ou pelo menos um
degrau.Assistem-lhe os diáconos e os acólitos assistentes, vestidos da mesma forma que para a missa. Não existe nessa celebração a figura do presbítero assistente; podemos entender que esse presbítero "torna-se" o presbítero celebrante.
No início da celebração, o Bispo diz o Confietor ao pé do altar junto do celebrante.
Também dá a bênção ao subdiácono depois da leitura da Epístola e ao diácono antes do Evangelho. Todos os demais ritos da pars didatica, são executados pelo Bispo.
A bênção do sub-diácono depois da leitura da Epístola
A bênção do incenso
A bênção do diácono antes da Proclamação do Evangelho
O
Bispo, do lado direito, ouve o diácono cantar o Evangelho sem mitra e
com báculo; do lado esquerdo do presbitério, o celebrante.
Antes
de iniciar a liturgia eucarística, o celebrante, o diácono e o
subdiácono fazem reverência ao Bispo. Na forma extraordinária, apenas
os cônegos saúdam o Bispo com reverência profunda, todos os demais
fazem-lhe genuflexão.
Embora
as funções da Liturgia Eucarística tenham sido transferidas para o
presbítero, é função do Bispo abençoar a água para que uma gota seja
misturada ao vinho a ser consagrado e também o incenso para a
turificação do ofertório.
Durante o Cânon, o Bispo se ajoelha ao centro do altar. Recebe a comunhão dalí a comunhão.
Ao final dá a bênção usando mitra e báculo, como na Missa Pontifical. Saem todos na mesma ordem em que entraram.
Já fazendo alusão à uma cerimonia extraordinária de ordenação episcopal de um bispo do Brasil, o Dom Rifan, que me chamou a atenção de uma forma exorbitantemente quanto à DIMENSÃO DA LITURGIA NESTA CELEBRAÇÃO. A qual convido todos a assiti-la no video abaixo:
3. Forma Ordinária
3.1. Assistir a celebraçãoO Cerimonial dos Bispos é extremamente breve ao descrever esse tipo de celebração. Ressalta apenas que o Bispo deve estar vestido das respectivas vestes corais e que não se pode assentar na cátedra.
Podemos
ainda, fazer algumas observações práticas que se devem ser observadas
nesse tipo de Missa. A primeira delas é que a cadeira do Bispo seja
colocada dentro do presbitério, salvo se não houver espaço suficiente. É
importante que esse local seja visivelmente distinto da sédia do
celebrante.
Os clérigos
da missa pontifical não o assistem. Se se julgar oportuno, outros
clérigos em vestes corais podem assentar-se junto dele, mas não diáconos
de dalmática ou presbíteros em pluvial.
Acerca
das reverências a que se refere o rito antigo, não existe nenhuma
proibição expressa, assim podem-se manter; até para que fique claro aos
fiéis a realidade do ministério episcopal. Basta lembrar que, na forma
ordinária, o Bispo não se reverencia com genuflexão, mas com reverência
profunda.
3.2. Presidir sem celebrar
Esse
rito é o mais solene para a Missa em que o Bispo não celebra. A
semalhança do ritual antigo, revervam-se ao Bispo uma série de ritos da
Missa Solene.
O Bispo
veste-se com amito, alva, cíngulo, estola e pluvial. Usa ainda as
insígnias pontificais. A procissão de entrada se faz na ordem
convencional, indo no fim dela os concelebrantes, se houver, o
celebrante e por fim o Bispo com seus ministros.
Tais
ministros são os mesmos da Missa Escional: diáconos e acólitos
assistentes, além dos cerimoniários. Na falta dos diáconos, não lhe
assistem presbíteros concelebrantes (como na Missa Pontifical), mas
presbíteros que não concelebram revestidos de pluvial.
O
Bispo senta-se na cátedra ou outro local que indique sua clara
presidência sobre a assembleia. No início da celebração o Bispo faz tudo
como de costume, até a Oração dos Fiéis, inclusive. a recepção das
sagradas espécies pode ser feita pelo Bispo ou pelo celebrante, como se
julgar mais conveniente.
A
partir daí, o celebrante vai à frente do Bispo, faz-lhe reverência
profunda e dirige-se ao altar para dar início à liturgia eucarística.
Nesse momento, nada se diz sobre o Bispo abençoar ou não o incenso;
todavia, por uma questão de precedência e paralelismo com o rito antigo,
que fosse ele a executar esse rito.
O
Bispo é abençoado no ofertório logo após o celebrante, na cátedra, de
pé e sem mitra. Desde a epiclese até a aclamação depois da elevação do
cálice, o Bispo se ajoelha num faldistório preparado para ele no centro
do presbitério ou junto de sua cadeira.
Faz a oração depois da comunhão do altar ou da cátedra. Ao final dá a bênção, como de costume. A saída se faz na mesma ordem da entrada.
Faz a oração depois da comunhão do altar ou da cátedra. Ao final dá a bênção, como de costume. A saída se faz na mesma ordem da entrada.
4. Coram Summo Pontifice
Atualmente
pode parecer um pouco estranho para nós que o Santo Padre participe de
uma cerimônia sem celebrar a Santa Missa, dado que a anos o Papa não o
faz. Mas foi muito comum na liturgia de Roma que o Papa desse
assistência pontifical a celebrações celebrados por cardeais ou outros
clérigos.
Essa celebrações se realizavam-se inclusive em celebrações importantes, como as celebrações da Semana Santa. Não exclusivamente, mas muitas dessas celebrações se fizeram na Capela Papal Sistina.
Nessa capela, o Santo Padre ocupava o trono do lado direito da capela.
A assistência, seja na Sistina ou fora dela, constava sempre dos cardeais diáconos e outros clérigos próprios da missa papal.
Na foto abaixo vemos um caso curioso, onde o Papa João XXIII preside a Santa Missa que foi celebrada pelo então Cardeal Montini, futuro Paulo VI.
Essa celebrações se realizavam-se inclusive em celebrações importantes, como as celebrações da Semana Santa. Não exclusivamente, mas muitas dessas celebrações se fizeram na Capela Papal Sistina.
Nessa capela, o Santo Padre ocupava o trono do lado direito da capela.
A assistência, seja na Sistina ou fora dela, constava sempre dos cardeais diáconos e outros clérigos próprios da missa papal.
Na foto abaixo vemos um caso curioso, onde o Papa João XXIII preside a Santa Missa que foi celebrada pelo então Cardeal Montini, futuro Paulo VI.
Na
atualidade, João Paulo II se serviu de tais celebrações nos seus
últimos anos, em função de sua dificuldade de se locomover e executar os
ritos juntos do altar. Assim, seguindo o cerimonial novo, presidiu a
celebração na basílica de Santa Sabina na quarta-feira de cinzas. Para
tal usou pluvial roxo.
5. Conclusão
Como
vimos a celebração "in coram episcopo" ou, em relação ao Bispo de Roma,
"in coram Summo Pontifice" são celebrações de antiga data que se usa em
circunstâncias pastorais e litúrgicas específicas. Assume,
naturalmente, uma posturaição secundária em relação às celebrações do
Bispo, uma vez que a missa Pontifical/Estacional é a primeira e mais
solene liturgia da diocese.
Apesar disso, vemos a necessidade do estudo e da utilização desse cerimonial que existe em ambas as formas do Rito Romano e pode ser a solução sensata e perfeitamente lícita para algumas ocasiões da vida paroquial e diocesana.
Apesar disso, vemos a necessidade do estudo e da utilização desse cerimonial que existe em ambas as formas do Rito Romano e pode ser a solução sensata e perfeitamente lícita para algumas ocasiões da vida paroquial e diocesana.
( Com adaptação do site Salvem a Liturgia )
Os padres que escolhem ser diocesanos em vez de religiosos, não fazem os votos, a não ser o de celibato (de não se casar), mas fazem a promessa de obediência ao Sr. Bispo e se comprometem a rezar a Liturgia das Horas (o famoso breviário). Não saem da diocese a que pertencem (chamamos isso de incardinação) e podem ter bens em seus próprios nomes, já que não fazem o voto de pobreza e têm de prover o próprio sustento.
ResponderExcluirMuito bem joão! Isso mesmo! Parabéns! Abraços! Pax vobis!
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